Trigésimo sexto escrito parte um
Fiquei meio assim de des-sacralizar o caderno se o trouxesse para o Janaino, mas eu e minhas manias de sacralização, logo eu que não acredito em nada (quando muito no semáforo). Mas é que tudo tem de ser sentido. E eu não só sinto como transpareço e transfiro esse tanto de sentimento que não cabe aqui dentro pra minha cara e pra esse caderno e pra tantos outros componentes da dimensão físico-material da existência.
E tem dias em que o universo não está assim tão físico-material, mas em outros dias a matéria grita de tanto que se faz notar. Hoje eu não sei, parece que tudo é uma fumaça estranha não necessariamente corpórea, que textos e mapas e planilhas se manifestam em formas de vapor e viram uma coisa só que se mistura com uma melancolia que se expressa nessa minha cara de pamonha ao longo de uma tarde particularmente devagar. Talvez eu só precise admitir um pouco a perda de controle. Sabe o que é ótimo pra abrir mão do controle? Cachaça. Talvez hoje, agora, agorinha, eu não esteja particularmente interessada em saber quem sou – essa autoconsciência é profundamente exaustiva.