Sétimo escrito (suprimindo alguns trechos)
I am human and I need to be loved just like everybody elese does. Eu tenho orgulho das minhas iniciativas, mas (mas) tem hora que dá uma baixada nessa coisa toda, que dá só um cansaço. A sensação de que essas iniciativas não vão dar em nada às vezes parece me afligir mais do que o avanço do novo fascismo que quer me engolir porque (porque) eu acho (acho) que consigo olhar nos olhos do monstro, ler seus movimentos e me esquivar, mas não acho que consiga ler os movimentos dessa pequena ameaça virulenta da invalidação. Acredito na luta coletiva, acredito na nossa força, acredito nos meus olhos tão distantes que me camuflam na paisagem. Mas não sei se acredito tanto em mim quando mobilizo esforços (mínimos que sejam) de pessoas para fazer a mesma coisa (irrelevante que seja). A sensação de que uma iniciativa não deu boa me parece sempre chegar de surpresa – os monstros, por outro lado, nunca vão me pegar desprevenida. Eu ensaio diálogos e me vejo segura quando me visualizo frente a frente com monstros – não tenho medo de cara feia. Mas não me sinto segura nos diálogos que ensaio com contatinhos do aplicativo, com representantes de movimentos sociais que EU mobilizei, com quem… está ao meu lado? Puta que pariu, Maria. (...) A melhor coisa acontecendo na minha vida neste exato momento é essa dorzinha quando viro de lado na cama. E minhas unhas estão bonitas de novo. But I am human and I need to be loved just like everybody eles does. Ser abraçada. Mordida. Arranhada. Uma boca sorridente me mordendinho. Eu mereço isso. Eu sei do meu valor. (...) Eu sei quem sou e vou ser até morrer. Quem achar ruim é dois trabalho. Até aí tudo bem. Isso eu encaro sem medo. Olho no olho. Mas é todo o resto. Hoje eu acordei num bom humor insuportável. Positividade tóxica. E-mail da orientadora. Orgulho de iniciativa. Corrida que deu barato. Mas finalizando o incenso às 20h08 estou melancólica. Só eu e minha dor no peito. A parte boa. Esta dor no peito é o que há de mais belo nesta mulher hoje.